Moradores de Icó temem período chuvoso e denunciam situação precária em barragem



Moradores de Icó, no interior do Ceará, denunciam o estado precário em que se encontra a barragem do Açude Lima Campos, com rachaduras em várias partes da construção, crateras e fendas profundas.
Em entrevista à Rede Jangadeiro FM nesta segunda-feira (28), o morador Cícero Pereira relata que a situação é trágica. “Já faz tempo que a comunidade vem tentando conseguir fazer com que o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) tome alguma providência, faz tempo que as crateras aumentam mais. É muito perigoso”.
A população já se organizou para tapar os buracos, segundo Cícero, mas funciona apenas como um paliativo. “Passa um tempo, depois volta tudo e maior. Já tentamos contatar o Dnocs, mas até agora nada. Não é responsabilidade da prefeitura, como eles dizem, e acaba que ninguém vai fazer nada”. 
O radialista Deusimar Oliveira confirma que o município teria se comprometido em fazer os reparos necessários, mas o Dnocs não teria permitido. “É um órgão federal e não deixa que nenhuma outra entidade faça a manutenção”. O morador aproveita para alertar para a chegada das chuvas na região. “Se o inverno chegar, ele vai pegar água, porque é alimentado pelo açude de Orós. É muito preocupante”.
Resposta do Dnocs
Em entrevista à Rede Jangadeiro FM, o chefe da unidade do Dnocs do Açude Lima Campos, Francisco Alves, comenta que o problema persiste há cerca de 3 anos e a recuperação é feita pelo Programa de Integração do São Francisco (PISS). “Tem uns três anos que a gente vem tentando resolver esse problema. O diretor já fez um requerimento ao Ministério desde 2017, e nós estamos aguardando a licitação para começar as obras”.
Segundo ele, a verba de mais de R$ 8 milhões já foi liberada. Açudes no Ceará que receberão água da Transposição do Rio São Francisco obtêm o recurso diretamente do Ministério da Integração. “Já vieram vários diretores anteriores do Dnocs, eles fotografaram, fizeram uma documentação e nós estamos aguardando”.
Barragens
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (CREA) explica que atua na verificação das barragens e que a operacionalização fica por conta do Dnocs. “A gente faz verificação no projeto, execução e monitoramento”.
O presidente ainda informa que 95% da água do estado está concentrada em barragens consideradas estáveis. Segundo afirmou, no Ceará não existem barragens de rejeitos, como no caso de Brumadinho, em Minas Gerais, onde mais de 60 pessoas morreram e centenas seguem desaparecidas após rompimento de barragem. “A água acumulada está em barragens monitoradas, isso minimiza o risco”.
Relatório
De acordo com Relatório de Segurança de Barragem da Agência Nacional das Águas (ANA), referente ao ano de 2017, das 24 barragens que correm risco de desabamento no Nordeste, uma é do Ceará.
A barragem do Jaburu I, que fica localizada entre os municípios de Ubajara e Tianguá, já passou por obras para conter a percolação, mas ainda preocupa os fiscalizadores.
Por Tribuna do Ceará
Miséria.com.br

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