O DIA DOS POETAS


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Ontem, foi o dia dos poetas 

Pensei que haveria artilharia de bombas de bombons lançadas no céu 
Que todas às homenagens fariam desses seres absurdos e chocolatados de frases, letras, e alfabetos
Um dia cheio de mágicas, cores e sentimentos.
Pisamos em qualquer espaço de tempo em qualquer canteiro de lágrimas
Passeamos em luas distantes em planetas inimagináveis.
Viajamos através do tempo dos sentimentos da dor e do amor...
Vasculhamos todo tipo de ser seja melódico, amoroso, humano ou não humano...
E se entendemos em todos os idiomas por sermos poliglotas in natura
Não nos processamos somo natos, calados inadmissíveis.
Somos a panela caudalosa fechados para o ódio e morremos na parede da libertação.
Somos caóticos, políticos por vocação...
Morremos ali, distribuindo flores na ponta do canhão
Ao soldado choroso entregamos a bastilha empanada com sorvete de mel
E nosso sangue digerido em pratos de porcelana 
Ao som dos tambores da vida e boemia desvairada.
Do amor falamos quase tudo,
Pois o amor é tudo.
E da palavra tudo tiramos duas linhas paralelas sem nunca tremer 
Já que possuímos na veia a doçura dos nossos braços
E a sensatez da insensatez... 
Somos muitos, em cada pais há uma gama de nossos companheiros
Uns mortos pela ignorância do povo
Ou pela tirania dos idiotas.
Não podemos errar na nossa língua mãe,
Mas podemos criar palavras, textos e letras
Pela nossa própria constituição. 
Podemos voar distancias incalculáveis,
Atravessar montanhas, vales, rios e mares.
Podemos acreditar desacreditando que haja tando ódio, tanto rancor,
Tantas gaivotas mortas, tantas baleias assassinadas, 
Tantos golfinhos aprisionados,
Tantos pássaros presos,
Tanta mata desmatada, e tantos rios poluídos.
Podemos atribuir pecados lascivos a nós mesmos pela intransigência de conhecer o corpo
De uma mulher sem mutilar seus olhos, sua beleza. 
Podemos desenhar a amada, deslizar maciamente a mão em seus cabelos
E dizer palavras com tanta meiguice que dali surge a porteira da eternidade.
Somos um pouco diferente por acreditar que exista um mundo melhor pra se morar
Sem religiões, sem céus bombardeados, sem sofrimento, sem agonia, sem fome, e sem ódio.
Podemos acreditar na palavra, na razão,
Podemos vivem em paz, sem a fome da desgraça e dos mísseis apontados para nossas cabeças.
Podemos destruir as paredes das igrejas e dos seus cofres abarrotados de dinheiro
E libertar nosso Deus das correntes de nossa imperfeição.
E dizer, não sou alegre nem sou triste,
Sou poeta...

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O DIA DOS POETAS BLOG DO CARLOS DEHON Rating: 5 domingo, 21 de outubro de 2018

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