Ceará detém 82 das 100 melhores escolas brasileiras, segundo dados do Ideb



06 DE SETEMBRO, QUINTA-FEIRA
Com destaque para os municípios do Interior, o Ceará é o primeiro colocado em várias categorias do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). De acordo com os dados, o ensino no Ceará é ascendente, principalmente, nas redes públicas de Ensino Fundamental. O Estado contabiliza 82 das 100 escolas classificadas com o melhor resultado do Brasil no que se refere ao Fundamental I (1º ao 5º ano). Destas, 30 são de Sobral.
No que se refere ao Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano), o Estado também mantém o primeiro lugar do Brasil: 54 escolas do Ceará estão entre as 100 melhores do País. Nos outros estados, o número não chega à metade. Nas duas fases de ensino, a meta para 2021 já foi batida.
De acordo com o titular da Secretaria de Educação do Ceará (Seduc), Rogers Vasconcelos, o resultado foi um trabalho de base, com o intuito de planejar a educação do começo. "É comprovado que um adulto que teve acesso à educação infantil com professores preparados consegue ter um Ensino Médio melhor, além de uma boa renda no mercado de trabalho. Temos um trabalho de alfabetização na idade certa (que começou em 2007), melhorando os resultados", relata o secretário.
A média dos alunos também foi avaliada conforme o nível socioeconômico das escolas. Nesta categoria, o Ceará também obteve destaque com o Ensino Fundamental, sendo configurado como o estado com as notas mais homogêneas quando comparados alunos de baixo e alto poder aquisitivo, diminuindo a desigualdade social. A diferença é de apenas 9 pontos em Língua Portuguesa e quatro pontos em Matemática no Ensino Fundamental I, enquanto no Amazonas e em Roraima, estados com maior desigualdade social nesse aspecto, a diferença é de 59 e 54 pontos, respectivamente. Para Rogers Vasconcelos, registrar a diminuição da distância social na educação mostra que as escolas estão sendo feitas também com o intuito de quebrar um ciclo de pobreza. "A escola tem um poder revolucionário, de dar acesso, mas quando ela não consegue fazer efeito diante de estudantes já com desigualdades econômicas, ela apenas reproduz a desigualdade", revela.
Dezenove municípios cearenses estão entre os 100 melhores resultados do Brasil no Ensino Fundamental I e 14 no Ensino Fundamental II. Em ambos, o município que apresenta a maior nota é Sobral, com 9,1 e 7,2, respectivamente. Fortaleza não entrou em nenhum ranking. O titular da Seduc explicou que o destaque de Sobral se deve, entre outros fatores, à política de educação iniciada cedo, no início dos anos 2000. "As escolas tiveram formação de professores e critérios técnicos na seleção de diretores, sem indicação. Em Fortaleza, até pouco tempo atrás, havia indicações não meritocráticas para ocupar o cargo", conta Rogers.
Segundo ele, mesmo não aparecendo nos rankings nacionais, Fortaleza já superou as metas de 2021 também, e isso é um salto. "As capitais têm suas limitações porque a dinâmica populacional é muito diferente", argumenta.
Ensino Médio
Apesar de ter se destacado no Ensino Fundamental, o Ceará não conseguiu atingir a meta para 2017 no Ensino Médio. O indicador de nível socioeconômico constatou grande desigualdade entre as notas dos alunos conforme seu poder, deixando o Estado no 13º lugar na Língua Portuguesa e 10º lugar em Matemática. Ainda assim, ficou em 2º lugar, com 13 escolas entre as 100 com melhores resultados no Ensino Médio do Brasil.
De acordo com o titular da Seduc, a disparidade do Ensino Médio quando comparada ao Fundamental é explicada pela diferença de gerações. "Esses alunos bem avaliados hoje vão chegar ao Ensino Médio e isso vai repercutir com o tempo", afirma. "Os estudantes que se evadem são aqueles que tiveram mais dificuldade no processo de alfabetização. Mas a educação de jovens, mesmo em países que já venceram essa etapa, ainda é desafiadora porque, além do cognitivo, tem o socioemocional. O estudante chega desacreditado nele mesmo, e precisamos fazer com que ele vincule seu futuro ao da escola", conta Rogers, afirmando que hoje o atendimento aos alunos no Ensino Médio é individualizado.
Contudo, outro fator interferiu no resultado final do Ensino Médio: as escolas de Tempo Integral e Profissionalizantes não entraram na média, totalizando 230 escolas a menos. Isso porque elas ainda não contam com o 3º ano de ensino. De acordo com Rogers, a decisão do Ideb já foi contestada pelo governador do Ceará, Camilo Santana.
Fonte: Diário do Nordeste

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