Mãe do Dr. Bumbum tinha histórico de ameaças contra o ex-namorado assassinado



Ao descobrir que José Roberto Camillo Monteiro tinha sido assassinado enquanto dormia, em 12 de março de 1997, a mãe, Maria Thereza, dissera aos policiais que o filho fora ameaçado de morte pela então companheira, Maria de Fátima Furtado, mãe do Dr. Bumbum. Os dois foram presos e indiciados esta semana pela morte da bancária Lilian Calixto, após procedimento estético.
Nesta sexta-feira, o G1 mostrou com exclusividade que um detetive pediu o indiciamento da dupla pela morte de José Roberto. A investigação não foi à frente, o crime prescreveu, e o processo foi arquivado, a pedido do Ministério Público.
Maria Thereza contou no inquérito que na época do crime o filho e a nora brigavam muito. "Certa vez José Roberto lhe dissera que dera um soco em Maria de Fátima", escreveu o perito no relatório. Maria de Fátima teria pedido ao companheiro para ter cuidado, "pois poderia lhe matar". "Isso só acontecerá se eu estiver dormindo", respondeu.
José Roberto foi achado com um tiro na cabeça, deitado na cama do quarto que dividia com Maria de Fátima, em uma casa no Recreio dos Bandeirantes. "Coincidência", escreveu o policial.
Histórico de ameaças
Em entrevista, Osvaldo Monteiro, irmão de José Roberto, lembra que na época sua família sofreu ameaças.
"Foi muito difícil. Meus sobrinhos foram ameaçados, os filhos do Zé Roberto com a primeira mulher. Então aquilo ali [vê-los na mídia pelo homicídio da bancária Lilian Calixto] me chocou bastante e, infelizmente, tudo voltou à tona", disse Osvaldo.
"Uma pessoa morreu e nada aconteceu, essa é a realidade da coisa."
Osvaldo também falou sobre a prescrição do crime. "Eu procurei esse processo, sumiu da delegacia. Você procura isso em qualquer lugar no Tribunal de Justiça pela internet e não encontra nada. Eu me aborreci, vi que estava remando contra a maré", disse.
Investigador afastado
Segundo Osvaldo, o perito que assinou o documento em que pedia o indiciamento de Maria de Fátima e de Denis foi afastado do caso.
"Eu estava dentro da promotoria e falei que precisava de uma cópia do processo, porque estava tudo muito esquisito. Ele falou que ia me entregar porque estava sendo afastado do inquérito. Para bom entendedor, meia palavra basta, né?", afirmou.
"O homicídio foi uma coisa muito estranha, há muitas controvérsias, é impressionante", continuou. "Estava de pijama, depois não estava de pijama, estava no carro, estava sem carro, quer dizer, eles entraram em contradição o tempo todo", enumera Osvaldo, citando algumas das contradições do caso.
Discrepâncias nos depoimentos também foram notadas no inquérito que investiga a morte de Lilian: horários informados pelos médicos não batem, por exemplo, com o registrado pelo hospital que atendeu a bancária.
No dia do crime, em 1997, Maria de Fátima contou em depoimento que estava deitada de bruços, quando ouviu um barulho forte que parecia ser tiro. Ao tentar se virar, foi impedida por uma pessoa que usou um travesseiro para sufocá-la. No entanto, a perícia informou que o travesseiro ao lado da vítima não aparentava ter sido utilizado, já que estava sem nenhum desalinho.
O G1 perguntou à Polícia Civil se os dois foram indiciados. A instituição respondeu apenas que caso foi entregue à Justiça e já prescreveu.
A defesa de Denis e Maria de Fátima não foi encontrada para comentar o caso de 1997.
Maria de Fátima e Denis estão presos em Benfica, na Zona Norte do Rio.
Fonte: G1

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