Hoje é um dia especial!
Dia em que podemos virar canetas e irmos aonde queremos ir!
Dia em que subimos as montanhas montados apenas nas tintas coloridas ou totalmente negra
E quando entrelaçamos as mãos nas curvas de um cinzeiro prata
Vimos adiante, no soslaio do olho mago nossa pintura abstrata.
Mas ela exite, e fica triste...
Fica alegre quando roubamos sonos de sonâmbulos nas gavetas furtivas
E quando os ratos roem pedaços da lua sem nenhum pingo de mel
São palavras que obtém sentido
Quando ajustadas nas chuvas da noite
Perambulando nas árvores e nos galhos
Nos pingos das letrinhas
Ou nas artimanhas dos ninhos.
Posso visitar mundos sem aeronaves errantes
Posso visitar países sem me deslocar do meu
posso visitar teu corpo, sem você nem perceber e ele não me pertencer.
Ma você vai gostar tanto
Que você se sentiria uma praia proibida
Despida, muda de tanto prazer...
Posso passear em cima dos seus pelos
Ao mesmo tempo lutar por seu amor infindo
Virar essa doença bruta
Sem diagnóstico algum...
Mas posso também assobiar ao vento
Te pedindo perdão pela bravura
Te desenhar, escultura
E até posso morrer, vivendo na sepultura
De acariciar o nosso poema, e sentir tanta ternura.
Hoje é um dia que me afeta, não gosto de rima
No entanto os dedos brilham nos meus olhos
Quando deslizo pela tecla viva e desta data indiscreta
Para escrever para vocês
No nosso dia, no dia do poeta.
Por Carlos Dehon
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